segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Matéria aborda investidor estrangeiro: Notícia nova ou velha ?


Fluxo estrangeiro é tema hoje do jornal Valor Econômico. 

Pena que tal movimento iniciado por estes participantes em meados de Junho no segmento Bovespa e acompanhado no blog só é publicado agora, quase três meses após início para informar boa parte dos investidores locais. Sempre atento pois matéria econômica publicada geralmente é "notícia velha" para os grandes players.


Estrangeiro volta de férias disposto a comprar ações brasileiras
Valor Econômico: 16/09/2013

Por Téo Takar e Aline Cury Zampieri
De São Paulo

Passado o período de férias de verão no hemisfério norte, os estrangeiros voltaram a comprar ações diretamente no Brasil e por meio de fundos internacionais lastreados em papéis brasileiros. É o que mostram os números divulgados pela BM&FBovespa e pela consultoria EPFR Global.

Após 26 semanas consecutivas - pouco mais de seis meses - de saídas de recursos, quando os estrangeiros sacaram mais de US$ 7,2 bilhões dos fundos baseados em ativos brasileiros, finalmente houve aporte, de US$ 703,7 milhões no período de uma semana encerrado em 11 de setembro, conforme dados da EPFR Global compilados pela Icap Brasil.

Pelos números da BM&FBovespa, os estrangeiros já compraram quase R$ 3,5 bilhões em ações no Brasil neste mês até o dia 11. O saldo acumulado no ano saltou para quase R$ 10 bilhões.

A volta desses investidores ocorre diante da percepção de que o mercado local está entre os mais atrasados do mundo, acumulando perda nominal de 11,7%, e em dólar de 20,8%, neste ano até sexta-feira (13), mesmo após a recuperação do início do mês.

O retorno do capital externo foi justamente o responsável pela forte alta do Ibovespa na primeira semana de setembro, quando o índice avançou 7,5%, registrando seu maior rali em quase dois anos. Especialistas citam dois "gatilhos" para justificar a corrida dos estrangeiros por ativos de países emergentes, entre eles, o Brasil.

No início do mês, a China divulgou uma nova rodada de indicadores que mostraram que a segunda maior economia do mundo não está desacelerando como se imaginava no início do ano e deverá ser capaz de sustentar um ritmo de crescimento de 7,5% neste ano.

E o número de geração de emprego em agosto nos Estados Unidos, o chamado "payroll", veio abaixo do esperado pelos economistas, o que alimentou as esperanças de que o Federal Reserve (Fed) não inicie a retirada dos estímulos da economia já na reunião da próxima quarta-feira, deixando para adotar esta medida apenas no fim do ano.

"Agora está todo mundo de olho no Fed e no que ele fará com o QE ["quantitative easing", o programa de recompra de títulos, que hoje está em US$ 85 bilhões mensais]", afirma o analista técnico da Clear Corretora, Raphael Figueredo.

O estrategista da Icap Brasil, Gabriel Gersztein, comentou em relatório aos clientes que "o persistente fluxo negativo era uma das razões que nos fazia manter a recomendação "neutra" para o Ibovespa". Outro fator, que ainda pesa sobre a avaliação da bolsa brasileira, diz Gersztein, é o "efeito técnico das empresas "X", que possuem peso relevante no índice".

O especialista calcula que o nível de equilíbrio do Ibovespa, considerando um modelo matemático que utiliza parâmetros de risco e de fluxo de capitais, está hoje em 55.938 pontos, o que sugere um potencial de alta de 4% em relação ao fechamento do índice na sexta-feira (53.797).

Raphael Figueredo, da Clear, que utiliza a análise gráfica em suas projeções, prevê que o Ibovespa tem força para buscar os 56.100 pontos - estimativa muito semelhante à do modelo de Gersztein.

O Ibovespa subiu 0,92% na sexta-feira e encerrou a semana praticamente estável, com avanço de apenas 0,09%, depois do rali de 7,5% da semana anterior. O volume no dia ficou abaixo da média dos últimos pregões, com R$ 6,069 bilhões, sugerindo que os investidores optaram pela cautela diante da proximidade da reunião do Fed.

Hoje, o foco do mercado está no vencimento de opções sobre ações. A briga está concentrada nas opções de compra de Vale PNA a R$ 33,00 e Petrobras PN a R$ 18,00.

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